Enquanto isso, nos idos na década de 1930 um grupo de intelectuais se reuniram para criar o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, o IHGG, na antiga Vila Boa de Goyaz. A fundação do Instituto concretizou-se ainda na antiga Capital do Estado, em 7 de outubro de 1932, graças a José Honorato da Silva e Souza, que participava do governo do Interventor Pedro Ludovico Teixeira e convocou os intelectuais para a histórica reunião.
A solenidade aconteceu no salão nobre do Palácio da Instrução e a ata, lavrada por Alfredo de Faria Castro, registra a presença das seguintes pessoas: José Honorato da Silva e Sousa, Agnelo Arlington Fleury Curado, Colemar Natal e Silva, Dario Cardoso, Alfredo de Faria Castro, Augusto da Paixão Fleury Curado e Luiz Ramos de Oliveira Couto. Depois, em 1939 a nova sede do IHGG passou a ser na nova capital que nascia, instalada no primeiro prédio do setor Sul em Goiânia. Passados esses anos, o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás completou 90 anos na luta em prol da cultura goiana.
O Instituto Histórico e Geográfico de Goiás foi criado no Palácio da Instrução em Vila Boa de Goyaz( hoje Goiás-GO ).
Neste artigo, citaremos três personalidades vilaboenses que contribuíram para a criação do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás – IHGG, são eles:
1. Augusto da Paixão Fleury Curado.
Nasceu em 17 de abril de 1908 na chácara Baumam na antiga Vila Boa de Goyaz. Augusto da Paixão Fleury Curado, anos mais tarde casa-se com Ivany Craveiro Fleury Curado. Desta união nasceram cinco filhos: Augusta Faro Fleury de Melo, José Augusto Fleury Curado, Maria Aparecida Fleury Curado Perini, Maria das Graças Fleury Curado e Antônio de Pádua Fleury Curado. Augusto foi um homem que sempre batalhou pela cultura. Foi mantenedor, por mais de quarenta anos, da Capela de Nossa Senhora Aparecida de Areias tomando conta de reformas e quaisquer outras necessidades que surgissem. O que mostra sua grande fé religiosa. Também foi irmão dos Passos na Venerável Irmandade Senhor Bom Jesus dos Passos. Prestigiou a abertura oficial do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, em Goyaz em 1932. E lá atuou anos a fio.
Com tamanha influência como Procurador do Estado, Augusto pediu ao governador na época que fizesse passar o trecho asfáltico de Itaberaí a Goyaz no povoado de Areias no intuito de que a igreja não caísse no esquecimento, para que capela recebesse fieis e visitantes, como acontece desde então, sendo que atualmente a romaria a igreja tem aumentado exponencialmente. A preocupação de Augusto com a preservação do patrimônio histórico goiano o fez lembrar do apagamento do Arraial de Ouro Fino, portanto sua luta foi manter sempre em bom estado a Igreja de Nossa Senhora Aparecida. Na igreja há uma placa em sua homenagem pela valorosa dedicação. Faleceu em 20 de fevereiro de 2000 aos 92 anos em Goiânia e está sepultado no Cemitério São Miguel em Goiás, a seu. O auditório do IHGG, em justa homenagem, leva seu nome.
2. Francisco Ferreira dos Santos Azevedo
Nasceu em Vila Boa de Goyaz em 14 de abril de 1875 mais conhecido como Professor Ferreira – Francisco Ferreira dos Santos Azevedo, anos mais tarde casa-se com Virginia Augusta de Carvalho e tiveram onze filhos. Notável intelectual goiano fez-se presente na assinatura da ata que criou o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás em 1932, foi professor de Geografia no Lyceu de Goyaz, se elegeu Deputado Estadual em 1909 e fez-se presente na instalação da Academia de Letras de Goyaz e vários outros feitos realizou em vida pública. Publicou: Anuário Histórico, Geográfico e Descritivo do Estado de Goyaz em 1910 e já como obra póstuma Dicionário Analógico da Língua Portuguesa- ideias afins em 1950. Faleceu em 15 de novembro de 1942. Neste ano de 2025, comemora-se seu sesquicentenário de nascimento.
3. Luiz Ramos de Oliveira Couto.
Mas, depois tudo volta sorridente:
A estação, o campo que chorou,
A água cristalina, o céu nitente…
(Trecho do poema Tudo Volta? – Violeta, 1904)
Vilaboense, nasceu em 6 de abril de 1884, filho de Vicência Luísa do Couto Brandão. Bacharel em Direito, foi juiz de Direito do Rio Palmeiras sediado em São José do Duro atual Dianópolis. Além disso, foi professor de Direito na Faculdade de Direito de Goyaz e um dos fundadores da Faculdade Livre de Ciências Jurídicas em Goyaz. Em Catalão descobre a Cruz do Anhanguera e se inicia a saga de transferência para Vila Boa de Goyaz, e é cofundador do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás – IHGG. Falece em Goyaz em 20 de junho de 1948, deixou livros publicados como: Violetas, poemas, 1904; Lilazes, poemas, 1913 e Moema, 1927.
Goyaz, de história, cultura e de grandes homens que pensaram no futuro para a história e a memória dos goianos, criando a mais importante instituição do Estado de Goiás, como mesmo diz o ex-presidente do IHGG, Dr. Geraldo Coelho Vaz.
Texto por Matheus Nunes
Referências:
https://www.jornalopcao.com.br/colunas-geral/ficcao/marilda-de-godoy-pioneira-dos-arquivos-goianos-420541/
TELES. Gilberto Mendonça. A Poesia em Goiás – estudo e antologia. 3ª edição, 2019 – editora UFG.
HAMU. Ademir, Biografias Vilaboenses, Vol 1, 2 edição. Editora Kelps, 2013.
Agradecimentos a Bento Fleury, Maria das Graças Fleury, Augusta Faro e Jornal Opção pela contribuição a matéria.
Matheus Nunes da Silva Brito é o responsável pela coluna “Cultura Goiana na Mídia”. Ele fala sobre cultura, tradição e turismo do Estado de Goiás.
Matheus Nunes da Silva Brito é escritor e pesquisador, natural de Matrinchã/GO, sócio nas instituições ICEBE/CILA/GLG/Alcanorte, UBE-GO e sócio correspondente do IHGG.
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