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HELOÍSA TEIXEIRA OU HELOÍSA BUARQUE DE HOLLANDA, EIS A QUESTÃO?

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Fred Le Blue (pós-doutor em Artes EBA-UFMG, doutor em Planejamento Urbano do IPPUR-UFRJ, mestre em Memória UniRio)

Dia 28 de março será, doravante, também um dia de reflexão para o feminismo brasileiro, pois perdemos nesta data uma grande estrela da nossa constelação de mulheres brasileiras combativas e criativas. Trata-se da escritora, tradutora, crítica cultural, editora, pesquisadora e professora paulista Heloísa Teixeira, outrora Buarque dew Hollanda, já que após ter-se tornado imortal da ABL, descolonizou sua mente por completo e removeu o sobrenome do ex-marido (primo de Chico Buarque).

Heloísa foi uma grande visionária da Literatura, tendo abraçado toda uma geração de artistas e intelectuais através de sua passagem decisiva como diretora da Editora UFRJ, da Editora Aeroplano, do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS-RJ) e curadora do Portal Literal.

Do interior de São Paulo, formada em Letras Clássicas pela PUC-Rio, com mestrado e doutorado em Literatura Brasileira na UFRJ e pós-doutorado em Sociologia da Cultura na Universidade Columbia, em Nova York, Heloisa tornou-se umas das maiores referências na área de pesquisa e divulgação científica dos estudos culturais de gênero e etnia no Brasil, tendo contribuído para consolidar no Brasil estratégias de resiliência identitária de educomunicação através da cultura marginal e periférica (digital).

Além de professora emérita da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da ABL desde 2023 (10ª mulher imortal da ABL, ocupando a cadeira 30), Heloisa publicou dezenas de obras ao longo de sua trajetória acadêmica ímpar. Como organizadora de livros literários, ela lançou a memorável antologia 26 Poetas Hoje (1976), em plena ditadura civil-empresarial-militar, que revelou a nova poesia marginal da literatura brasileira, catapultando nomes como Ana Cristina Cesar, Cacaso e Chacal. Posteriormente, com As 29 Poetas Hoje (2021) veio a compilar textos de autoras contemporâneas que soltaram o verbo sobre questões feministas, emocionais e sociais no Brasil.

No campo acadêmico, foi responsável pela coleção Pensamento Feminista – Conceitos Fundamentais, publicada pela Bazar do Tempo, que contou coom13 autoras do quilate de Judith Butler, Audre Lorde, Donna Haraway, Nancy Fraser, Lélia Gonzales, Sueli Carneiro e Paul B. Preciado. Mais recentemente, nos brindou com Explosão feminista: Arte, cultura, política e universidade, que traça um mapa da quarta onda feminista no Brasil desde as Jornadas de Junho, e, em 2024, Rebeldes e Marginais: Cultura nos Anos de Chumbo (1960-1970), que trata dos impactos das tecnologias de informação e comunicação, no contexto da indústria cultural.

Ao longo da vida, ela incentivou pensadores e alunos através do Programa Avançado de Cultura Contemporânea e da Universidade das Quebradas -, essa última, uma das experiências mais exitosas de Extensão Universitária que valorizou os saberes locais das favelas, por exemplo. Dessa forma, ao fazer da cultura um estilo e filosofia de vida, Heloísa contribuiu para quebrar os muros cientificistas das universidades, incluindo o conhecimento do senso comum e do cotidiano na Ciência.

“Tive a oportunidade de ser um dos seus interlocutores, ao lançar o livro “Tradição da Modernidade”, a Editora-Autor Multimídia Brasílha Teimosa e o Movimento e Coleção ARTetetura e HUMANismo, que são tributários ao seu pensamento emancipatório.”

Que o legado de Heloísa seja bem aproveitado por nós, como foi a vida dela para este planeta, pois os ensinamentos são eternos como suas obras.

MOVimentoARTetetura& HUMANismo em defesa da arte como políticas públicas urbanas, sociais, educacionais e patrimoniais

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