Press "Enter" to skip to content

Economia e felicidade na realidade atual.

Compartilhe

Mesmo que o sentido de felicidade sempre tenha sido algo muito mais pessoal do que generalista em qualquer sociedade de que tenhamos tido notícia, sabemos que felicidade também sempre foi um eixo central na vida da maioria dos seres que viveram antes de nós, dos que vivem atualmente com a agente e certamente também o será para os que vierem depois.

Por isso muitas pessoas se perguntaram muito mais a sério do que estamos fazendo aqui agora: como a felicidade existe verdadeiramente para o ser humano?

Sabemos que a felicidade não pode ser por si só plena e ininterrupta porque somos uma soma incomensurável de desejos e quereres sobrepostos e alternantes num caleidoscópio de sentimentos que a gente mesmo nem consegue identificar separadamente. Ou sequer situar onde um desejo cede lugar à outra aspiração que nos pareça ser capaz de produzir a tão almejada felicidade.

Então vamos repassar enunciados do que nos parecem ser algumas das causas atuais da infelicidade para que possamos tentar perceber um mecanismo que possibilite ao menos minimizar esse efeito negativo de não conseguirmos atingir a realização da tão sonhada satisfação.

Na nossa realidade vivenciamos uma sucessão de causas ligadas essencialmente ao sistema de produção que a nosso ver contribuem significativamente para nosso sentimento geral de infelicidade: o isolamento social e a solidão da vida moderna que nos tornou dependentes de tecnologias que muitas vezes não dominamos e que nos obrigam a substituir a interação humana nas atividades mais triviais; o estresse constante gerado pela pressão do ritmo acelerado e extremamente competitivo do mercado de trabalho, e; a desigualdade econômica que nos deixa muitas vezes nos sentindo desvalorizados em relação que teoricamente se espera que estivéssemos produzindo.

Naturalmente as causas são muito mais complexas, mas nos centremos nelas por agora.

Estas são as causas de um sentimento bastante irritante de falta de propósito na vida. Sentimo-nos em dívida com o nível de realizações que hipoteticamente teríamos que estar desenvolvendo... e é uma frustração que não deixa espaço nenhum para qualquer nível de contentamento.

Mesmo o Feudalismo que embora também fosse um sistema rigidamente hierarquizado que tornava a mobilidade social virtualmente impraticável se mostraria mais interessante se fossemos traçar paralelos somente com base no nível de felicidade possível individualmente. Serio? Serio! Unicamente porque no sistema feudal as pessoas tinham em seus papeis sociais e religiosos uma base bastante clara de atuação esperada de cada um.

O que mudou foi exatamente a dinâmica interna de convívio social e de departamentalização de papéis sociais mais complexos e menos definidos apresentada pelo atual sistema altamente competitivo e consumista. Justamente porque a competitividade distintiva e o consumismo como criador de status são a essência do sistema. E a causa maior da infelicidade genericamente entendida como tal.

Agora alie a tudo isso as incertezas pessoais que precisam ser necessariamente implantadas na alma de cada ser humano para que este se disponha a estar sempre em seu modo competitivo extremado…

Mas, e solução? Alguma possibilidade de solução?

Não seremos aqui estúpidos a ponto de querer esgotar um tema que tem mantido a Filosofia ocupada desde sempre, mas queremos propor uma única questão delimitadora: qual é realmente o seu papel na vida? Ser extremamente integrado a um sistema que independentemente de seu querer vai buscar continuar exatamente assim ou descobrir o que, mesmo em concomitância e discordância com esse mesmo sistema, poderia ser fator de validação de sua vida?

O que daria sentido para a sua vida hoje?

E como você poderia implementar esse sentido mesmo dentro desse sistema que claramente privilegia a não contemplação de satisfação, essencialmente porque a satisfação não comporta a competitividade e o vazio existencial necessários para manter esse estilo de vida consumista e fútil tão necessário a manutenção do sistema?

Comments are closed.

Mission News Theme by Compete Themes.