Press "Enter" to skip to content

A Música em Goyaz: Ely Camargo-Coluna Cultura Goiana na Mídia por Matheus Nunes

Compartilhe

Nascia em Vila Boa de Goyaz, hoje Goiás/GO em 12 de fevereiro de 1930, a vilaboense Ely Camargo, na casa que pertenceu a sua avó Maria Xavier, localizada onde hoje está o Cine Teatro São Joaquim.

Ela se mudou para Goiânia em 1938 juntamente com sua família. Filha do maestro Joaquim Édson de Camargo e de Élcina Veiga de Camargo, Ely se tornou artista ao passo que Goiânia se tornava uma nova capital. Morou na Rua 19, estudou no Lyceu de Goiânia e chegou a ser inspetora no Colégio Santa Clara. Graduou-se em Farmácia na Faculdade de Farmácia e Odontologia, também atuou como professora, pesquisadora e folclorista.

Ely iniciou sua carreira cantando nas rádios da cidade, como Rádio Clube em 1947 e Rádio Brasil Central. Ainda na adolescência chegou a cantar, acompanhando a orquestra do pai, no Batismo Cultural de Goiânia, na década de 1940. Enquanto Goiânia era batizada como uma capital de cultura, Ely se tornava artista, se consolidando como cantora de rádio. O centro de Goiânia fez parte de sua história.

Ela ajudou a compor a paisagem sonora da cidade, embora naquela época não fosse muito bem-visto que moças adentrassem no mundo “boêmio” da música. Em 1953, formou-se dupla com Honorina Barra chamadas de “As Goianinhas”, depois Bariani Ortencio proprietário do Bazar Paulistinha as levou a dupla para assinar um contrato com a gravadora Columbia de São Paulo em que gravaram quatro músicas em dois discos de 78 rpm e inúmeras outras canções em dias sempre enaltecendo sua terra.

A dupla “As Goianinhas” Ely Camargo e Honorina Barra.

Enfrentando preconceitos e sendo apoiada pelos pais, cantou em dupla, trio e solo entre as décadas de 1940 e 1960 em Goiânia. Só partiu para São Paulo em 1962, buscando realizar seu sonho de gravar discos e ser uma grande radialista nacional, embora já tivesse se tornado radialista na capital goiana. Recebeu prêmios e ministrou palestras na Alemanha sobre o folclore goiano, nossa cultura e manifestações culturais. Sua belíssima voz deixou saudade e sua história cravada neste sertão de Goyaz, no Brasil e no mundo, com discos lançados em Portugal, África do Sul, Itália e na Alemanha.

 

 Joaquim Édison de Camargo, maestro e pai de Ely Camargo.
Capa do Disco “Outras canções de minha Terra”.
Capa do Disco “Canções de Minha Terra”.

Ely Camargo entoou canções que perpetuaram no cancioneiro goiano como Balada Goiana de Manoel Amorim e Felix de Souza; Lembranças de Goiás de Joaquim Édison e Castello Neto; Veneno de João Ribeiro e Yamerô; Meu Ciúme de João Ribeiro e Yamerô; Noites Goianas de Joaquim Bonifácio e Joaquim Santana, entre inúmeras outras canções.
Faleceu em Goiânia em 03 de novembro de 2014 aos 84 anos.

Fonte de consulta: HAMU. Ademir. De Goyaz a Goiás – biografias vilaboenses – Vol 1. 2ª edição.

Texto por Matheus Nunes de Brito

Matheus Nunes da Silva Brito é o responsável pela coluna “Cultura Goiana na Mídia”. Ele fala sobre cultura, tradição e turismo do Estado de Goiás.

Matheus Nunes da Silva Brito é escritor e pesquisador, natural de Matrinchã/GO, sócio nas instituições ICEBE/CILA/GLG/Alcanorte, UBE-GO e sócio correspondente do IHGG.

 

Comments are closed.

Mission News Theme by Compete Themes.