Foi no dia 21 de setembro de 2010 que ela surgiu. Não veio do nada, mas de uma inspiração afetuosa e real. Minha mãe sempre nos incentivou muito a estudar; acho que é porque era algo que ela própria desejou muito para si. Não apenas desejou, mas lutou por isso.
Moradora da zona rural, ela iniciou seus estudos numa fazenda próxima à que morava, mas não durou muito — menos de dois anos no total. O tempo passou… mas não o sonho de estudar. E ele era tão forte que, já mãe de seis filhos, grávida do sétimo, entre o trabalho doméstico, o cuidado da filharada e ajudando meu pai com o armazém, conseguiu chegar até a quinta série. Ela ainda se lembra com carinho e gratidão de toda a ajuda das professoras. Lembra também do nome da sua professora preferida…
Depois, vieram mais filhos — treze no total. Infelizmente, a escola ficou para trás. Só que o desejo de estudar, de aprender, ainda permanecia vivo dentro dela, que suspirava, como que por um sonho que não era mais possível.
Eu, sensibilizada, tentava motivá-la a continuar; afinal, os filhos já tinham crescido. Mas, agora, suas limitações eram outras. Ela dizia que já estava velha e que tinha vergonha de não conseguir aprender e ser motivo de chacota, de as pessoas acharem que ela era burra.
Enfim, num finalzinho de inverno, aguardando a chegada da primavera, enquanto pensava em minha mãe, dona Divina, ela simplesmente surgiu: Raquel e o Senhor Alfabeto. Uma história que muito me emociona.
Depois de, praticamente, quinze anos que foi escrita, finalmente a história foi parar num livro, que está ficando belo. Ele foi lindamente ilustrado pelo artista vila-boense Francisco Veiga. Esse será o meu quarto livro infantil publicado.
Essa foi a história selecionada para este ano, por causa da minha amiga e apoiadora, Maria Geralda, que, por já ter conhecido a história em uma atividade em sua sala de aula, sempre insistia: “Que dia você vai publicar Raquel e o Senhor Alfabeto?”
O dia chegou! E eu quero convidar você e sua família para o evento de lançamento, que acontecerá, permitindo Deus, no dia 23 de agosto de 2025, às 10h, na Livraria Leodegária, no Mercado Municipal de Goiás. Na ocasião,
minha musa inspiradora será homenageada, como demonstração de minha profunda gratidão e carinho por sua história e por seu legado.
Sua presença é de muita importância e de grande alegria para compartilharmos desse momento.
Por fim, gostaria de informar que o projeto de publicação desse livro foi contemplado pelo EDITAL DE LITERATURA Nº 9/2024 da PNAB (Política Nacional Aldir Blanc).
Fraterno abraço,
Maria Alexandrina.
Arte da capa do livro- Francisco Veiga
Maria Alexandrina é responsável pela coluna “Literatura do Coração do Brasil”; ela é escritora, contadora de histórias; microempresária, proprietária da ArteVida.
Produtos Artesanais, Artísticos e Culturais; membro do Conselho Municipal de
Políticas Culturais (CMPC), ocupando a cadeira de literatura; integrante do coletivo de autores e autoras da cidade de Goiás
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