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Entrevistando a Arte Vilaboense com o artista plástico Francisco Veiga-Coluna Cultura Goiana na Mídia por Matheus Nunes

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Nome completo:
Francisco Veiga Cunha e Cruz

Nome artístico:
Francisco Veiga

Quanto tempo reside em Goiás?
Vivi em Goiás praticamente a minha vida toda, salvo os 06 anos que morei em Goiânia. Durante esse período fiz o bacharelado em Artes Visuais na UFG e no pós-faculdade comecei a trabalhar no mercado de artes já como ilustrador, e trabalhando nessa área descobri a possibilidade atender aos clientes de forma remota, o que me motivou a retornar à Goiás.

Há quanto tempo trabalha com arte?
Meu primeiro trabalho como ilustrador veio em 2002 ou 2003, não me lembro o ano exato, com um estágio remunerado ainda enquanto eu estava na faculdade. Trabalhei nessa empresa por 2 anos produzindo ilustrações para o material da EJA (Educação de Jovens e Adultos) até que empresa fechou suas portas. Depois que essa empresa encerrou suas atividades fiquei prestando serviços para uma editora, também como ilustrador. Esse foi um período que usei para avaliar se era realmente possível trabalhar na área da ilustração. Daí, em 2007, com um portfólio mais robusto comecei a trabalhar no Jornal da Manhã mas ainda fazendo “bicos” por fora.
Como sentia que minha técnica ainda estava deficiente, fui para o Rio de Janeiro, onde fiquei por 03 meses fazendo alguns cursos de quadrinhos, pintura e processo criativo. Voltando de lá comecei a fechar com mais clientes e desde então resolvi voltar para a Cidade de Goiás. E a partir de então assumi em definitivo que atuaria como ilustrador.

Já realizou exposições? Quais?
Já participei de diversas exposições e como a ilustração me possibilitou explorar diversas técnicas e suportes, tive a oportunidade de apresentar trabalhos em ilustração científica em aquarela, pintura em tela em acrílico, desenhos em carvão, enfim, foram inúmeras ocasiões que pude apresentar um pouco do meu trabalho.

Já recebeu prêmios? Quais?
Não! Nunca recebi nenhum prêmio!

Já ilustrou livros? Quais?
Sim, já ilustrei 38 livros, tanto para o público jovem quanto adulto. Também explorando diversas técnica, tanto tradicionais (aquarela, acrílico, nankin, mistas…) quanto digitais. Além dos livros também já desenvolvi algumas histórias em quadrinhos.

Sua formação acadêmica?
Bacharel em Artes Visuais pela UFG

O que é a arte pra você?
Quando analisamos os primórdios da humanidade percebemos que a arte já era utilizada como uma forma de comunicação e expressão. Sabemos hoje um pouco sobre como viviam nossos ancestrais das cavernas através das suas pinturas rupestres, feitas nas paredes das cavernas. Dos egípcios temos os papiros fartamente ilustrados mostrando sua organização social e religiosa. Dos gregos e romanos constatamos em sua arte uma rica mitologia que também ajudava a ditar o comportamento dos cidadãos. Temos ainda o barroco com um forte apelo religioso. O Construtivismo russo que foi um movimento estético-político muito forte, enfim, nesse percurso que a humanidade trilhou vemos a arte sempre presente, seja ela decorativa, utilitária, de caráter político, social, religioso, ou puramente estético. Não existe uma cultura sequer no mundo que não tenha desenvolvido um tipo de arte. Mesmo a mais isolada. Portanto, pra mim a arte é um desejo intrínseco do ser humano de se comunicar através a criação de códigos específicos, e esses código permitem que a gente possa fazer uma ponte entre nosso conteúdo interno com o externo, e dependendo das formas de expressão desse conteúdo interno os impactos no mundo exterior pode se dar das mais variadas formas.

Qual a sua opinião sobre as artes plásticas na cidade de Goiás?
Goiás sempre foi uma cidade cheia de pessoas com grandes talentos artísticos. Vemos excelentes produções nos ateliês e estúdios dos artistas e artesãos da cidade, e considerando o cenário das artes plásticas é interessante ver as diversas expressões e como cada artista manipula de forma distinta cada material e como resultados bem peculiares e ricos são obtidos, no entanto sinto que existe uma dificuldade de muitos em escoar sua produção. Existe uma produção e existe um mercado consumidor para essa produção mas esse elo ainda não foi criado. Outra questão é que percebo que diminuiu os eventos voltados às artes plásticas. De repente seria hora de os artistas visuais da cidade de encontrarem e planejar algumas ações tanto para trocas de idéias e conhecimento quanto para a exposição dos seus trabalhos. E também seriam bem-vindas políticas públicas que estimulassem e criassem espaços para esses intercâmbios de conhecimentos técnicos e discussões sobre o mercado das artes visuais pra que os artistas locais se vejam não somente como artistas, mas artistas empreendedores.

Algum artista goiano de inspira? Qual?
Como ilustrador procuro sempre estar consumindo todo tipo de produção visual pra tentar criar uma biblioteca interna onde eu possa recorrer a cada trabalho novo que tenho que realizar. Gosto muito das aquarelas dos artistas goianos Thai Hsuan-An e Alvaro Nunes, das telas do Selvo Afonso mas tenho acompanhado sempre pela web os trabalhos do Bicicleta sem freio e do Roberto Junior Neri mais conhecido como Deneri. Gosto muito da forma como eles constroem seus trabalhos, considerando o conceito, a composição e paletas de cores que usam.

Entrevista feita por Matheus Nunes

Foto: acervo particular do artista Francisco Veiga

Matheus Nunes da Silva Brito é o responsável pela coluna “Cultura Goiana na Mídia”. Ele fala sobre cultura, tradição e turismo do Estado de Goiás.

Matheus Nunes da Silva Brito é escritor e pesquisador, natural de Matrinchã/GO, sócio nas instituições ICEBE/CILA/GLG/Alcanorte e UBE-GO.

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