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298 anos de Vila Boa de Goyaz- Versos de Saudade e Estrofes de exaltação a Pátria Goiana-Coluna Cultura Goiana na Mídia por Matheus Nunes

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A Serra Dourada com seus imensos braços vegetais recebe quem chega à terra dos goyases, os versos e estrofes que brotaram da mente de ilustres poetas, contistas, romancistas, homens e mulheres que contribuíram para a formação de nossa identidade cultural, claro que mostrando Goyaz para o mundo. Neste artigo veremos trechos de obras literárias vilaboenses que exaltam e cantam esta terra que marcha rumo aos 300 anos.

De Cora Coralina, a madame da Casa da Ponte, exala:

Goiás, minha cidade…

Eu sou aquela amorosa

de tuas ruas estreitas,

curtas,

indecisas,

entrando,

saindo

uma das outras.

Eu sou aquela menina feia da ponte da Lapa.

Eu sou Aninha… (Cora Coralina, in Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais).

De Bernardo Élis, o imortal que levou Goiás a Academia Brasileira de Letras:

O que me resta,

é ir a Santa Bárbara,

agora que esse ventinho trêfego

refresca a tarde.

(Santa Barbara – Primeira Chuva)

Nita Fleury Curado, em “Poço da Carioca” relata:

A Cidade de Goiás perdeu o nome de capital, mas não perdeu o dom do encantamento. E quem a visita, jamais a esquecerá e terá sempre na retina a visão de uma cidadezinha branca, cercada de morros verdes, que a cingem ciumentamente. E esses morros tem sua história. Conta a lenda que os morros D. Francisco, Cantagalo e Lajes foram seres transformados em pedra, irradiando tal fascínio que toda cidade dele ficou impregnada, encantando as pessoas que ali chegam. (Pag. 99 do livro “Vida).

 

Já Silvia Nascimento em “Madrugada” pag. 152 desabafa:

Acende em mim a saudade.

Infância que não durou…

Mocidade que passou…

Do lugar onde nasci

Nem uma viga restou.

Bacalhau sozinho e triste!

Não há peito que resiste

Ver a tua solidão,

Nesta noite de luar,

Quando sons venho arrancar

Das cordas de meu violino,

Para, em dorida canção,

O teu sono acalentar.

E escuto o toque do sino

Da igreja branca e pequena

Chamando para a novena

Da Virgem Nossa Senhora,

Nossa Senhora da Guia,

Sorrindo com alegria,

Por entre as luzes do altar.

 

Antônio Geraldo Ramos Jubé em “Vila Boa- V de Lira Vilaboense”

 

Da rua Hugo Ramos certa casa

de duas portas, casa até modesta,

hoje é canção que de meu peito vaza

(onde vivi, menino, a intensa festa.)

Teve o breve relâmpago de uma asa.

Raio de sol varando pela fresta

a vida entre as paredes desta casa

baixa e pequena de uma rua honesta.

Espaço de uma infância ou de uma lenda,

o tempo me concede, em oferenda

de ruidosa alegria e de natais…

Mas se agora trânsito pela rua,

olho e procuro, pela fronte sua,

um sonho antigo, não existe mais.

 

Com Maria Paula Fleury de Godoi com “Noite de Novena -1928”

Da Cidadezinha Provenciana

que julga ser Rio de Janeiro

e sonha Paris.

 

E nas noites de lua de cheia na antiga capital seresteiros e admiradores da cidade entoam a canção de Joaquim Bonifácio e Joaquim Santana:

“As noites goianas

São claras, são lindas

Não temem rivais

Goianos, traduzem

Doçuras infindas

As noites que amais

São noites somente

Da pátria formosa

Do índio Goyá”

 

E para brindar Goyaz com os vila-boenses, os que visitam Goiás ou que escolheu esta terra doce, poética e seresteira para viver, os versos de Manoel Amorim Felix de Souza.

Caia a noite sobre o casario

E a terra vazia emudece

O luar por entre as galharias

Lindos véus, estranhos tece

É quando solitário tento

Pelas ruas de minha cidade

Secar dos olhos estas lágrimas

E do peito esta saudade

Rio Vermelho, escuta a minha súplica

Pois peno, penas de amor

Rio Vermelho que meu pranto colhe

E pede a Deus por mim

Rio Vermelho velho camarada

Em suas águas murmurantes

Leva a mensagem inacabada

Rio Vermelho, fala por mim

 

Parabéns Goyaz, Goiaz, Goiás.

Texto e foto por Matheus Nunes da Silva Brito

Matheus Nunes da Silva Brito é o responsável pela coluna “Cultura Goiana na Mídia”. Ele fala sobre cultura, tradição e turismo do Estado de Goiás e Correspondente do jornal Imprensa Criativa em Paris.

Matheus Nunes da Silva Brito é escritor e pesquisador, natural de Matrinchã/GO, sócio nas instituições ICEBE/CILA/GLG/Alcanorte, UBE-GO e sócio correspondente do IHGG.

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