Diego El Khouri
é um dos convidados do Encontro de Saraus e outras atividades que vão acontecer na programação da OFFflip 2019, de 10 a 14 de julho, em Paraty (RJ).
Diego está fazendo através das redes sociais, leilões pontuais, com preço super em conta justamente para ajudar no custeio dessa viagem.
hoje é o leilao desta pintura.
Leilão, valor inicial: 70,00. Finalizo o Leilão amanhã as 17 horas. (mais despesas de correio se o houver).
Você pode também encomendar seu quadro ou pintura retrato que Diego te entrega no dia seguinte.
Contato: +55 62 8279-0215 whats

Título: Marielle Franco
Técnica: Óleo sobre papel
Dimensões: 420 x 297 mm
Artista: Diego El Khouri
DIEGO EL KHOURI __ OUTSIDER DO DHARMA
Ser vagabundo é um estado de espírito. Há uma conexão forte na dialética poética em fomentar, dentro do indivíduo, as contradições da alma humana afim de atingir um estado lúdico de êxtase e transformação. Uma torrente multifacetada de sensações ligadas a uma noção de experiência não convencional e que, ao longo da história humana, esteve muito ligada, a todos movimentos de rupturas, sobretudo promovido por uma juventude embevecida de mudança e fuga do lugar comum. Nota-se, por exemplo, a força e influência, dos movimentos no final dos anos sessenta, como a contracultura, a psicodelia e a revolução de maio de 1968 em Paris.
Venho de uma seara que bebe nessas fontes. O “olhar não familiar” que Freud tanto falava. A estranheza como produto de criação artística, filosófica e reflexiva. Ser vagabundo é justamente isso. Um desajustado social, é um intrínseco poeta, em boa parte dos casos. Sim (…), sou vagabundo. Um pária, outsider, excluído da lógica comum, expulso da república de Platão por estética existencial. Há inúmeras portas, já dizia William Blake no “Matrimônio do Céu e do Inferno “, e ultrapassar as fronteiras é escapar das bolhas impostas por um sistema segregador que aliena e manipula.
Sim. Sou vagabundo . Marginalizado ou marginal? Depende do que se entende desses termos. Entro nas estruturas para incomodar e (ou) mudar. Nota-se a revolução que fiz, por exemplo , na Faculdade de Artes Visuais na UFG (Universidade Federal de Goiás), pouco depois que entrei.
Um vagabundo sempre terá a áurea de um bárbaro . Além de vagabundo sou de fato um bárbaro. E venho, ao longo dos anos, refletindo e escrevendo sobre isso. Mas o bárbaro artista trás em si dicotomias antagônicas . A sensibilidade que, em vez de confrontar (e nisso as pessoas se enganam), agrega potência e singularidades bem pessoais.
Um bárbaro poeta é sobretudo um ser excessivo. Causo incômodo e admiração. Não há como controlar a receptividade do meu trabalho. Para alguns sou um inútil social… para outros não passo de um junkie imoral … e outro grupo me vê como um artista genial… é tudo muito excessivo e , creio, que isso se deve realmente a poética daquilo que apresento (ou represento em arte).
Transformei as “flores em clísteres de êxtase”. Abarquei em mim todos os pecados. A tentação tem meu nome. E minha vagabundagem é iluminada pelo Dharma de Jack Kerouac.
Sim… sim, sou vagabundo .. Vagabundo iluminado… outsider do dharma… a contradição entre o bárbaro e o poeta… entre o maloqueiro e o intelecual… o imaculado e o podre.. e assim “gero uma estrela cá dentro”. E assim ultrapasso fronteiras e fixo meus olhos no olho livre , delirante e vertiginoso da Existência .
Por: Carmelita Gomes











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