Durante toda minha vida profissional tive a oportunidade de trabalhar com grupos e equipes compostas por pessoas dos mais variados níveis, social, intelectual e econômico. Essa experiência me mostrou que basicamente existem dois tipos de seres humanos no mundo:
Os felizes e os infelizes.
Ao contrário da crença popular, a felicidade não está vinculada à fama, dinheiro, patrimônio ou posição social. A felicidade vem de dentro. A pessoa mais rica do mundo pode estar miseravelmente infeliz, enquanto um sem-teto pode estar sorrindo e contente com a vida.
As pessoas verdadeiramente felizes o são porque escolheram ser felizes. Elas têm uma visão positiva da vida e permanecem em paz com elas mesmas. Pensam e são diferentes. Adotam hábitos que melhoram suas vidas, tornando-as mais leves e agradáveis, porque elas sentem prazer na simplicidade das coisas.
Há poucos dias ouvi um comentário de um jovem muito simples e de pouca instrução, quando ele cortava meu cabelo. Nosso diálogo girava em torno dos tipos de clientes que frequentam seu modesto salão ou barbearia e, em dado momento, ele fez a seguinte observação:
– Professor, um dia desses conheci um homem tão pobre, mas tão pobre, que cheguei a ficar com pena dele.
– e eu perguntei, por quê?
Ele prontamente respondeu, deixando-me atônito:
– O homem é tão pobre, que só tem muito dinheiro. Ele chega a ser um miserável que só fala em dinheiro, em bens materiais. Um verdadeiro avarento, um egoísta…
Desse ponto do diálogo em diante, fiquei “matutando” acerca da colocação daquele jovem – tão pobre, que só tem muito dinheiro – e cheguei à conclusão que ele tem razão, porque, infelizmente, o número de pessoas que elegem o dinheiro e os bens materiais como suas principais razões de viver é imenso. Essas pessoas se tornam prepotentes, arrogantes, insuportáveis, e não entendem que tudo que é material é efêmero, passageiro. Elas não percebem que o verdadeiro valor está nas coisas que o dinheiro não pode comprar.
Certa vez, conversando com Nelson Ned, ouvi o seguinte comentário: O sucesso me transformou em um gigante diante do mundo, mas uma pessoa detestável dentro de casa.
Recentemente resolvi buscar um aprofundamento maior sobre o perfil das pessoas verdadeiramente felizes e cheguei à conclusão de que todas têm uma filosofia de vida baseada em alguns princípios, que exponho a seguir:
• Pessoas felizes liberam perdão e não guardam rancor. Guardar rancor é prejudicial e pode causar depressão, ansiedade e estresse. Por que deixar que uma ofensa de alguém exerça algum poder sobre você? Sempre é melhor perdoar e esquecer as ofensas.
• Pessoas felizes são bondosas – já foi comprovado cientificamente que ser gentil gera felicidade. Ser empático e altruísta faz o cérebro produzir Serotonina, um hormônio que diminui a tensão e eleva o espírito. Tratar as pessoas com amor, dignidade e respeito proporciona a construção de relacionamentos mais fortes.
• Pessoas felizes encaram os problemas como desafios – a palavra problema não faz parte do vocabulário de uma pessoa feliz. Um problema, na maioria das vezes, é visto como uma desvantagem, uma luta ou uma situação difícil. Mas quando encarado como um desafio, pode se transformar em algo positivo, como uma oportunidade.
• Pessoas felizes são gratas pelo que têm – as pessoas mais felizes não têm o melhor de tudo, mas fazem o melhor de tudo com o que têm. Elas focam no que têm e não vivem lamentando pelo o que não têm.
• Pessoas felizes têm grandes projetos (sonham alto). As pessoas que têm o hábito de sonhar grande são mais propensas a realizar seus objetivos do que aquelas que não o fazem. Pensam e agem de forma focada e positiva.
• Pessoas felizes não se preocupam com coisas pequenas – elas entendem que a vida é muito curta para se preocupar com situações triviais e focam no que de fato é importante.
• Pessoas felizes falam bem dos outros – fofocar pode até ser divertido, mas, geralmente, causa sentimento de culpa e ressentimento. Falar coisas agradáveis sobre as pessoas sempre é melhor porque gera aproximação. Ser bom é melhor que ser mau.
• Pessoas felizes assumem a responsabilidade pelos seus atos (não procuram culpados) – não culpam os outros por seus próprios fracassos. Ao contrário, assumem seus erros e, ao agir assim, mudam para melhor.
• Pessoas felizes vivem o presente com intensidade – não vivem do passado ou se preocupam com o futuro. Elas saboreiam o presente. Vibram com tudo o que estão fazendo no momento. Param e cheiram as rosas.
• Pessoas felizes acordam no mesmo horário todos os dias – pessoas bem-sucedidas geralmente são madrugadoras. As pessoas felizes entendem que acordar no mesmo horário estabiliza o seu metabolismo, aumenta a produtividade e proporciona um estado calmo e centrado.
• Pessoas felizes não se comparam com outras pessoas – entendem que cada indivíduo tem seu próprio estilo, por isso, não se consideram inferiores ou superiores aos outros. Elas se concentram no próprio progresso.
• Pessoas felizes sabem escolher os amigos – elas entendem que miséria adora companhia, por isso, julgam como muito importante cercar-se de pessoas otimistas, que vão incentivá-las a atingir seus objetivos.
• Pessoas felizes não buscam a aprovação dos outros – não se importam com o que os outros pensam delas. Elas seguem a própria intuição, sem deixar os pessimistas desencorajá-las, e entendem que é impossível agradar a todos.
• Pessoas felizes sabem ouvir – falam menos e ouvem mais. Sabem que escutar mantém a mente aberta e amplia os conhecimentos.
• Pessoas felizes sabem se relacionar socialmente – a solidão torna as pessoas infelizes. Pessoas felizes entendem o quão importante é ter relações fortes e saudáveis. Sempre têm tempo para encontrar e falar com sua família e amigos.
• Pessoas felizes gostam de meditar – elas entendem que ficar em silêncio ajuda a encontrar a paz interior. Não precisa ser um mestre zen para alcançar a meditação. As pessoas felizes sabem como silenciar suas mentes, em qualquer hora e lugar, para se acalmar.
• Pessoas felizes comem bem – sabem a importância de uma alimentação adequada que define o humor, a energia e o enfoque mental.
• Pessoas felizes fazem exercícios – elas entendem que a prática de exercício aumenta os níveis de felicidade, de autoestima e produz a sensação de realização pessoal.
• Pessoas felizes vivem com o que é realmente importante – mantêm poucas coisas ao seu redor porque sabem que excessos geram estresse. Estudos concluíram que os europeus são muito mais felizes que os americanos, porque eles vivem em casas menores, dirigem carros mais simples e possuem menos itens.
• Pessoas felizes dizem a verdade – acreditam que a mentira corrói a autoestima e gera antipatia. A verdade sempre liberta. A honestidade melhora a saúde mental e aumenta a confiança dos outros.
• Pessoas felizes têm autocontrole – têm a capacidade de fazer suas próprias escolhas, sem precisar ouvir dos outros como devem agir ou viver. Sabem que estar no controle completo de sua própria vida traz sentimentos positivos e aumenta a autoestima.
• Pessoas felizes aceitam o que não pode ser modificado – ao aceitarem o fato de que a vida não é justa, as pessoas felizes conseguem viver em paz. Portanto, concentram-se apenas no que podem controlar e mudar para melhor.
Concluindo, é importante ressaltar que não sou Franciscano e que nunca fiz voto de pobreza, mas, acredito que não precisamos viver como escravos do dinheiro, vivendo para trabalhar. No meu entendimento é preciso que sempre haja equilíbrio em todas as áreas da vida, sem que deixemos de aproveitar cada momento de nossa existência, porque hoje é o melhor dia de nossa vida.
Prof. Ms. Alexandre Costa, Pedagogo Organizacional, Especialista em Educação Corporativa e Educação a Distância, Editor, Escritor, Personal, Professional and Leader Coach.
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