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O Cineclube Bandidas em Conjunto com o Curta Canedo Itinerante tem a honra de apresentar: Sessão de Cineclube com Roda de Conversa

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O Cineclube Bandidas em Conjunto com o Curta Canedo Itinerante tem a honra de apresentar: Sessão de Cineclube com Roda de Conversa com a Diretora “Pela Lente dos Teus Olhos: Mulheres que Dirigem Filmes em Goiás
Filme da Diretora Naira Rosana
Gênero: documentário
Duração: 64 minutos
Classificação: Livre
Data: 15 de Março de 2025 À partir das 16:30 horas Exibição e Roda de Conversas, logo após Minicurso: _”Mulheres que Dirigem Filmes em Goiás”.

O Projeto

O Projeto foi Contemplado pela Lei Paulo Gustavo, estado de Goiás, edital n.6/2023, Desenvolvimento e Finalização de Longa
Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual
IFG – Câmpus Cidade do Goiás Apoio:
Cineclube Bandidas – Cineclube Curta Canedo Itinerante
Imprensa Criativa e Criativa Studio Cultura.

CONHEÇA MAIS SOBRE O FILME:

Um documentário. Uma tese. Um resgate histórico. Acima de tudo, um ato de resistência. “Pela Lente dos Teus Olhos: Mulheres que Dirigem Filmes em Goiás” é um longa-metragem meta-linguístico que aproveita o próprio fazer cinematográfico como linguagem possível para dar voz a seis mulheres que dirigem filmes no estado de Goiás. Em um processo de visibilidade pela forma fílmica, a obra realizada fora do eixo Rio-São Paulo se assume à margem para dar centralidade às mulheres realizadoras do cinema goiano, produções periféricas que, como o próprio documentário que as celebra, romperam a margem em busca de um novo centro, plural, feminino e desbravador em seus mais variados sentidos.

A diretora

Naira Rosana é professora, artista e diretora.Sua pesquisa de doutorado na Universidade Federal de Goiás sobre mulheres cineastas em Goiás foi defendida em 2023 e resultou no documentário “Pela Lente dos Teus Olhos”, que amplifica as vozes dessas artistas.Naira é doutora em Arte e Cultura Visual, professora no Instituto Federal de Goiás e atuou em várias iniciativas culturais e educacionais.

Mulheres Diretoras em Goiás

O cinema brasileiro tem uma história rica na contribuição feminina, que começou a se destacar entre as décadas de 1930 e 1940. Cléo de Verberena, conhecida como Jacyra Martins, foi a primeira mulher a dirigir um longa-metragem silencioso, “O mistério do dominó preto”, em 1931, também atuando como protagonista. Nos anos 40, diretoras como Carmem Santos, Gilda Abreu e Gita de Barros emergiram na indústria, muitas delas também escrevendo seus roteiros.

A trajetória das mulheres cineastas foi marcada não apenas pela desigualdade de gênero, mas também pela desigualdade racial. Adélia Ferreira Sampaio, a primeira mulher negra a dirigir, lançou o curta “Denúncia Vazia” em 1979 e o longa “Amor Maldito” em 1984, sendo notável por abordar um romance entre mulheres. No entanto, seu filme enfrentou boicote e foi exibido em cinemas de filmes pornôs, reflexo de racismo e lesbofobia na época.

Sabrina Rosa retornou à direção de longas ficcionais em 2011, seguida por Viviane Ferreira em 2020. Embora Adélia Sampaio tenha sido a pioneira, ainda há uma carência de pesquisas sobre as contribuições de mulheres cineastas fora das principais regiões do Brasil.

Cici Pinheiro foi a primeira mulher negra em Goiás a dirigir um longa-metragem de ficção. Ela começou a filmar “O Ermitão do Muquém” entre 1966 e 1967, mas o projeto não foi concluído devido à falta de apoio financeiro. Após essa iniciativa, Rosa Berardo dirigiu o primeiro curta-metragem de ficção de uma mulher em Goiás, chamado “André Louco”, lançado em 1990. Berardo realizou mais de 30 filmes, incluindo documentários, animações e longas-metragens.

Após o lançamento de André Louco em 1990, em 1995, Mazé Alves estreou com o documentário Vídeo book Danielle Gouthier. Em 1999, Flávia Neves fez sua estreia no 1º FICA com Liberdade, enquanto Luciana Santos Martins dirigiu o documentário H²O = Vida e Rochane Torres lançou A multiplicação das flores. No final do século XX, apenas 8 mulheres haviam dirigido filmes em Goiás.

A partir de 2001, o cenário mudou drasticamente, com 131 mulheres dirigindo 306 filmes até 2022. Nas primeiras duas décadas do século XXI, as diretoras se tornaram mais ativas. De 2001 a 2010, 39 mulheres estrearam, incluindo Adriana Rodrigues e Ivana Veiga, entre outras. Contudo, o maior crescimento aconteceu entre 2011 e 2020, quando 65 mulheres estrearam na direção de filmes. Este aumento se deve em parte à criação de cursos e oficinas relacionadas ao cinema, como o Bacharelado em Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás, inaugurado em 2006, e no Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, aberto em 2010.

Esses cursos, juntamente com festivais e mostras de cinema, ajudaram a motivar e formar novas cineastas. Mesmo assim, nem todas as diretoras mencionadas realizaram formação formal em Cinema e Audiovisual. A diretora Fabiana Assis apontou que a abertura de cursos de cinema teve um papel crucial na mudança do cenário cinematográfico goiano, que começou a ganhar destaque em âmbitos nacional e internacional.

Na terceira década de 2000, entre 2021 e 2022, 19 novas diretoras estrearam. O crescimento contínuo da direção feminina no cinema de Goiás evidencia um avanço importante na representação do gênero na área.

O cinema brasileiro tem visto, portanto, um crescimento no reconhecimento de mulheres cineastas, mas ainda há um longo caminho a percorrer para dar visibilidade equitativa a todas as vozes, especialmente as de mulheres negras.

o Festival Curta Canedo é um dos Festivais que promove as mulheres diretoras de cinema em Goiás:

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