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Bordado realizado pela Cabocla Milena Curado se torna Patrimônio Cultural Imaterial Goiano

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A empresária vilaboense Milena, dona da marca Milena Curado tem seus bordados e seu trabalho reconhecido como lei pelo Governador Ronaldo Caiado

No dia 21 de julho de 2023, o projeto de Lei Nº 100, do deputado estadual Veter Martins, foi sancionada pelo Governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que reconhece o bordado de roupas de algodão rústico, realizado pela Cabocla Milena Curado, como Lei Nº 22.128, publicado no Dário Oficial.

Segundo Milena Curado, a ideia surgiu em 2022, pela deputada estadual Adriana Acorsi (hoje deputada federal), por indicação da assessora Isadora Lemes, que conhecia o trabalho da artesã.

O deputado Veter Martins assumiu o projeto de lei após Adriana se tornar deputada federal, o projeto passou por trâmite pelos deputados e comissões da Assembleia Legislativa de Goiás a partir de 2 de março de 2023.

A criação do projeto de lei se deve ao fato da empreendedora Milena Curado ter o projeto de ação social ‘’Bordando Cidadania-Cabocla Milena Curado’’, que ensina os encarcerados a bordar profissionalmente, eles recebem por cada peça produzida e a cada um dia trabalhado é descontado três. O projeto é reconhecido pelo Poder Judiciário.

Milena Curado disse:

‘’Quando fiquei sabendo da aprovação dessa lei, já falei com o diretor do presídio e informei os detentos, porque sem os detentos esse projeto não seria um sucesso.’’

Outro reconhecimento

Em julho, Milena recebeu a carteira de mestra artesã, reconhecida pelo Programa de Artesanato Brasileiro-PAB, ela já havia adquirido a carteira de artesã, solicitou a de mestra artesã, entregue somente a quem resgata uma técnica antiga, mantém e ensina.

Através da pesquisa do professor Doutor Thiago Sant’Ana, a artesã da Cidade de Goiás descobriu que sua ancestrais, mulheres vilaboenses, identificadas como Marianna Curado Fleury, Illydia A.Curado Fleury e Antonia Carlina da Rocha Barros, ofereciam o trabalho delas, feito de linhas e tecidos com bordados, como prendas em quermesses nos anos de 1870 a 1888, para pagar os proprietários de escravos para alforriá-los, libertá-los.

‘’Minha história se confunde com a das minhas antepassadas, do mesmo modo que eu continuo contribuindo com a liberdade do ser humano.’’, descreve Milena.

Higor César Ferreira- Repórter e editor executivo do Jornal Imprensa Criativa Cidade de Goiás

Fonte: trecho da dissertação do mestrado ‘’MULHERES GOIANAS EM AÇÃO: Práticas Abolicionistas, Práticas Políticas (1870-1888)” feita pelo Dr. Thiago Sant’Ana.

Fotos:@felpsac

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