‘Falas da Terra’ traz experimentos sociais e propõe um mergulho na cultura dos povos originários
Especial será exibido no dia 15 de abril, na semana do Dia dos Povos Indígenas
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O especial passeia por diferentes ideias e territórios para iluminar uma visão de progresso e de futuro que equilibre necessidades econômicas e preservação ambiental, garantia de direitos coletivos e liberdades individuais. “Esperamos abrir espaço para discutirmos questões urgentes da luta indígena: o direito à terra, o combate ao preconceito, o fim dos massacrares em diferentes territórios. Como diria Ailton Krenak, ninguém declara guerra, mas muitos indígenas morrem numa aniquilação lenta e gradual que extermina essa população. Para além da denúncia dessas tragédias, o programa vai mostrar a resistência e as belezas do modo de viver indígena. Falaremos sobre indígenas urbanos, a relação com a natureza e um futuro ancestral. O público vai ter a oportunidade de conhecer diversos personagens reais, se emocionar, rir e aprender um pouco mais sobre a história do seu próprio país”, ressalta a diretora artística Antonia Prado.
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Daniel Munduruku participa do especial também como roteirista — Foto: Globo/Juan Ribeiro
Falas da Terra propõe um mergulho na diversidade dos povos originários por meio de experimentos sociais – proposta bem-sucedida iniciada em Falas Femininas: Louca, exibido em março – e convida a sociedade para refletir sobre as guerras travadas ao longo da história. Além disso, propõe aprendizado por meio das dores, da sabedoria e da luta por direitos dos povos indígenas. Zahy Tentehar, que conduz o especial, é nascida na aldeia Colônia, no território indígena Cana Brava, no Maranhão. Para ela, que já atuou na série Dois Irmãos, e há pouco recebeu o prêmio de melhor atriz no teatro, estar como apresentadora no especial é uma forma de se experimentar também.
Ao longo do programa, figuras expoentes como Ailton Krenak, Daniel Munduruku – que também assina o roteiro –, e Valdelice Veron falam sobre tragédias familiares, guerra declarada, a invasão de 1500, movimentos políticos e as dificuldades que enfrentam em diversas áreas do país, como o roubo de madeira, a disseminação de doenças nos povoados e a grilagem. Outros indígenas também foram convidados para contar como querem ser vistos, e uma performance da artista Uýra Sodoma também será exibida. O público verá que embora tudo isso aconteça aqui, onde vive cada brasileiro, a dor dos indígenas não alcança multidões, nem nas ruas, nem nas redes.
Para Daniel Munduruku, escritor, professor, ator e ativista, que atuou na novela Terra e Paixão e assina pela primeira vez um roteiro no audiovisual, o experimento social aproxima muito mais as pessoas em uma realidade concreta. “A tendência é que o espectador se enxergue, que faça parte dessa dinâmica e se questione sobre suas convicções e pensamentos congelados e equivocados que trazem consigo. Fiquei bem feliz ao saber que com o experimento social a gente vai comprovar mais uma vez que a sociedade brasileira entende muito poucos da sociedade indígena. E talvez isso provoque uma aproximação e as percebam como brasileiras, como de fato são. Que isso aumente uma adesão ao modo de ser indígena, que não é um modo excludente, e sim inclusivo. E isso vai fazer com que todo brasileiro indígena ou não se sinta parte dessa família que é o Brasil.”
Já a roteirista Micheline Alves destaca uma ideia a ser reforçada para todo o Brasil: “Dê mais atenção aos povos indígenas, leia mais a respeito, ouça o que eles têm a dizer, veja os questionamentos que eles trazem ao modo como nossa história sempre foi contada. A diversidade de visões só faz bem ao país”. Para ela, ouvir representantes dos povos originários é sempre tocante. “Não é pouca coisa resistir há 524 anos a tanta violência, tentativas de extermínio. Então, é muito emocionante ver e ouvir gente que, apesar da dor, segue defendendo direitos e ideias tão fortes, e ao mesmo tempo tão óbvias, como o direito de existir, de ser como se quer ser, de manter o planeta vivo. Foi realmente um privilégio fazer parte desse processo. Assistindo ao resultado, acho que é um produto importantíssimo, que merece ser visto por todos os brasileiros. Meu desejo é que essas ideias se espalhem cada vez mais na sociedade, e a TV tem grande contribuição nisso”, ressalta.
Projeto Falas é ampliado com o “Falas PCD” em 2024
Falas da Terra é o segundo especial do Projeto “Falas” – série de especiais que abordam as principais efemérides do ano na grade de programação da TV Globo, alinhada à jornada ESG da empresa. “Louca” foi o primeiro especial, exibido no Dia da Mulher, no “Falas Femininas”. Estão previstos mais cinco programas que vão ao ar nas datas sociais que celebram o Dia dos Povos Indígenas, o Dia do Orgulho LGBTQIA+, o Dia do Idoso, o Dia da Consciência Negra e o Dia de Luta da Pessoa com Deficiência, que será produzido pela primeira vez pela emissora, previsto para ir ao ar em setembro.
FONTE: Globo/Manoella Mello
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