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“O Protagonismo Feminino no Basquete Sorocabano” retratado em documentário.

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Documentário “O protagonismo das mulheres no basquete feminino” estréia em São Paulo com a presença das jogadoras.

Um capítulo quase esquecido da história é relembrado no documentário “O protagonismo das mulheres no basquete feminino de Sorocaba – 1949 a 1970” lançado esta semana com exibição no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba no estado de São Paulo.

Além da exibição do documentário, fruto do projeto aprovado pelo Edital LINC/2017- Lei de Incentivo à Cultura de Sorocaba – da proponente Angeles Paredes Toral “As protagonistas do basquete feminino de Sorocaba – 1949 a 1970”.  Ainda houve exposição de fotos,  e de parte dos troféus conquistados e  material utilizado no documentário.

O projeto objetiva o resgate da história das meninas da equipe de basquete dos anos 50 até os 70 de Sorocaba, em reconhecimento a tantas conquistas enquanto equipe esportiva vitoriosa e como luta pela afirmação de gênero, numa sociedade machista e num esporte dominado pelo sexo masculino.

Diversas pesquisas atestam as conquistas em campeonatos no Estado e fora dele e participações na equipe nacional, como o famoso jogo na Tchecoslováquia. Em décadas que a mulher era incentivada a ser dona de casa ou professora, estas valentes sorocabanas, mesmo sem salário e sem o apoio das famílias que no geral eram pobres – mostraram o protagonismo das mulheres atletas e elevaram o nome de Sorocaba.

O Documentário resgata a história da equipe feminina de basquete sorocabano a partir de entrevistas com atletas, hoje com mais de 80 anos, e que caíram no esquecimento da população. Tambem leva ao conhecimento das novas gerações, as imagens, as histórias dos títulos por elas conquistados ao longo das décadas de 50 a 70.

Propõe uma reflexão acerca do papel da mulher, numa sociedade que ainda herda muito da divisão por gênero, em que pese, por exemplo, a diferença de salários entre homens e mulheres no mercado de trabalho até hoje. Ao utilizar o basquete e sua equipe feminina, o esporte será trabalhado não só como uma vocação profissional dessas meninas – que sem dúvida elas tinham – mas, como metáfora de um mundo competitivo em que a mulher aparece prejudicada no placar, o trabalho audiovisual busca trazer uma visão artística e reflexiva, tendo o basquete como pano de fundo da luta feminina.

Antes da exibição do filme, o público conferiu a exposição de troféus e fotos das equipes femininas no local da exibição do filme. A mostra reuniu peças de coleções particulares e do acervo do Ginásio de Esportes Gualberto Moreira que, segundo a produtora, foram cedidas pela Secretaria de Esportes (Semes).

O documentário reúne depoimentos das próprias ex-jogadoras, que hoje têm entre 70 e 80 anos de idade, como Isabel Negretti, Ritinha (Rita de Cássia Oliveira: capitã da equipe brasileira que ganhou o mundial da época; Benedita Analia Bastos, Hermelinda Ruberti, Neide Sagges, e demais entrevistadas: Maria Aparecida Comitre, Dagmar Zoppa, Leila Buffalo, Angela Maria Buffalo, Vania Hernandez de Souza, Fabiana Oliveira, Solange Guerra Bueno, Doraci Sola Galera, e atletas de gerações mais novas e de outras modalidades, bem como de familiares, amigos e jornalistas esportivos:

“A ideia foi homenagear essas meninas, para que as novas gerações conheçam, já que foi um período importante para a história de Sorocaba e é muito pouco divulgado.

“Elas são verdadeiras lendas e merecem esse reconhecimento”, defende a produtora. Angeles; destaca que o filme também mostra as conquistas das atletas fora das quadras, sendo o basquete um pano de fundo para a luta feminista: “O documentário tem outras camadas que vão além da história do esporte. Tem um viés feminista, porque fala de uma época que as mulheres não podiam nem usar shorts. A maioria das famílias eram contra e mesmo assim elas mostraram o protagonismo e elevaram o nome de Sorocaba”, comenta.

Com 60 minutos de duração, o filme conta a história das integrantes da equipe feminina de basquete da cidade, que entre as décadas de 1950 e 1960 conquistaram títulos estaduais e nacionais, além de participações na Seleção Brasileira, em jogos no Peru, Chile e na Tchecoslováquia.

O roteiro final de Angeles Paredes e do Diretor do documentário Cleiner Micceno que estimava 40 minutos de duração. “O viés feminino e as discussões sobre o papel da mulher no esporte é bastante discutido no doc e foi resolvido na edição. Extendi o roteiro para uma hora de duração pois achei importante ressaltar e discutir ao máximo essa questão do papel da mulher no esporte e da busca por igualdade que mesmo em 2018, ainda é um tema recorrente e necessário.” comenta Cleiner.

Como contrapartida do projeto, contemplado na Linc com R$ 56.580,00, as cópias físicas do filme, em DVD, foram confeccionadas e estão sendo distribuídas a instituições de ensino. Além disso, a equipe responsável pelo filme realizará oficina de fotografia e vídeo para adolescentes.

A Produção, direção e montagem do documentário é do renomado Cineasta Cleiner Micceno que é Presidente da Academia Sorocaba de Fotografia, Cinema e Vídeo, produtor independente de cinema a frente da Mambo Produções, Oficineiro nas Oficinas Culturais do Estado de SP e MIS – Museu de Imagem e do Som de SP com 15 anos de experiência. Premiado em diversos festivais e indicado ao Prêmio SESI-FIESP SP de 2018.

A proponente do projeto é a dedicada escritora, pesquisadora, ex atleta e produtora cultural Angeles Paredes;  A Fotografia de Alexandre Machado; E som direto de Lívia Gusmão.

Fonte: jornalcruzeiro.com.br    

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