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Turismo cultural e educação patrimonial através da música de Fred Le Blue: “LUA & ANA” é a obra-prima de amor à Mãe-Natureza do Vale da Lua (Alto Paraíso, Chapada, Cerrado)

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https://youtu.be/aq0QhJTwslI

https://soundcloud.com/fred-le-blue/lua-ana-lunaticas-operetas-do-valze-da-lua-para-a-superlua 

https://m.youtube.com/playlist?list=PLo3H8TddsbGCiVROEbmvcKAwjU1_LXLyh

Na expectativa lunática de que os sons na clave de Sol produzidos a partir da experiência “supernatural” do Cerrado em Alto Paraíso (Goiás) pudesse ecoar lá na Lua, durante sua fase mais próxima da Terra (Super Lua), nasce a ópera rock “LUA&ANA”: uma ode fabulística poética-musical ao astro luminoso de prata tão presente enquanto arquétipo em vários sistemas mitológicos tradicionais (pagãos, cristãos, indígenas e indianos, por exemplo). Entrecortado por um mosaico de elementos musicais variados, inspirados no cancioneiro popular brasileiro, ibérico e anglo-americano, a musicalidade eclética é um convite para desvendar e exaltar os mistérios lunares e femininos em todas as fases e faces sagradas e profanas. Seguindo uma cadência de ritual de iniciação da guerreira xamânica dentro de nós, experienciar essa jornada ecoafetivo é uma forma de fortalecer uma percepção holística da diversidade cultural, sexual e biológica na Terra. Uma declaração de amor à Pacha Mama, LUA&ANA é também manifesto político em um momento de crescente aumento de desmatamentos, queimadas e poluições (sólidas, hídricas, visuais, sonoras,…) no país, estando as pautas ambientalistas e indigenistas por sofrer muitos ataques de agentes econômicos e políticos antropocêntricos, que querem passar a boiada nas frentes de todos os outros seres vivos. Valorizando o cor-local de sua tribo goiana, o compositor e letrista da obra, Fred Le Blue, aponta para recriação do já considerado espaço mítico do Vale da Lua e do Cerrado, mostrando a importância da arte e do turismo (virtual) como potencial “artetetônico” para educação e consciência socioambiental.

Segundo Dênio de Paulo, produtor do projeto, a complexidade e simplicidade da obra se assemelha às obras do compositor Elomar, que autenticou através da música toda uma geopoética e musical do sertão a partir de um identidade local própria desse território cultural, tendo, inclusive, militado pela criação do “Estado do Sertão”. Ao fazer do eclético encadeamento melódico, harmônico e rítmico entre uma música e outra partes sincréticas e sinergéticas de uma cosmologia maior do que a soma das partes, o trabalho resgata o sentido da oralidade de álbum, como se fosse uma contação de estória ou slam, indo na contramão dos atuais lançamentos de singles e EPs midiáticos para vender shows. LUA&ANA é um resgaste da temporalidade mágica e totêmica, ou pelo menos, pré-digital, apesar de ser um álbum compacto, por quase não ter refrões e estrofes repetidas. Ao mesmo tempo, é uma proposta cultural assertiva feita por uma banda também enxuta nesse período pandêmico atual de isolamento sanitário e social.

Com eu-lírico feminino a obra resgata o formato de “canções de amigo” da cultura trovadoresca ibérica, que eram declamadas por homens sobre o platonismo do amor feminino à espera de seu vassalo cavalheiresco. Mas em “LUA&ANA” podemos chamá-las de “canções de amiga”, já que quem espera é Ana, cujo objeto de desejo é a Lua, seja lá quem ela for, apontando para um caráter emancipatório (trans)feminino, demandante por mais visibilização e direitos no espaço político e público (natural, construído ou virtual), marcado pela violência e exclusão física e simbólica por parta da sistêmica cultura falocêntrica e heteronormativa

FRED LE BLUE começou sua carreira como baterista de bandas de rock como Acid Jam, 062, Nascoxa e Pai do Mato. Foi premiado no Festival SESI MPB 2003-04 com sua canção “Quem Sabe?”, interpretada pela banda RG. No Rio de Janeiro, a partir de 2007, integrou como compositor o movimento Samba na Fonte, tendo se apresentado como baterista também no underground carioca em espaços como Rio Art Hostel, Jazz do Alemão, Museu da República e Mercado São José. Em 2010 lança no Cine Facha seu primeiro disco autoral com a banda ficcional The Fourmigas, a óperarock visual  “VERNISOUND: FormigáVWea Mundo Novo”. Já em São Paulo, lança em 2017 o EP “COMVERSOM: Vôo pelo Som” com releituras musicais tropicalistas com letras suas em português de clássicos do rock internacional (Rolling Stones, Dream Theather, Cranberries, Collective Soul, Keane e Panic at the Disco)produzido pelo ex-guitarrista da banda Los Porongas (AC) no estúdio Cambuci Roots. Em 2020, lança um documentário autodiscográfico sobre a canção  de trabalho do primeiro disco “Piloto Fred Le Blue & 569, o Oniblue da Paz'”.  Em 2021, em meio à pandemia cria a banda-selo Artetetos do Pequí  para lançar seu trabalhos de músicas “arteteturais” em Goiás.

Fred Le Blue tem desenvolvido desde 2019 um trabalho como idealizador e produtor cultural do  Movimento Artetetura e Humanismo e Editora Multimídia Brasílha Teimosa, a partir de onde tem atuado também como autor de livros acadêmicos, paradidáticos e ficcionais, documentários, musicais e WEB séries de educação política patrimonial e socioambiental. 

LUA & ANA: lunáticas operetas do Vale da Lua para a Big Lua

música & letra: Fred Le Blue Assis

Lua cheia de mim.                      LuA cheia de nós.                        Lua cheia de um só só.
Lua cheia de sim.
Lua cheia de foz.
Lua cheia de voz de avós.
Lua cheia,
Me incendeia
Lua cheia.

Lua, Se eu olhar
No seu olhar
Vou avistar
Um novo olhar
A me olhar
Sem me encarar,
vale da lua 
No abissal do seu fenecer
Omito meu ritual
No abrigo do seu oco ser
Um Turbilhão milharal
Regozijo com seu queijo “b”
Mas tão Elemmenthal _
Nos Poros do seu ser
Posso entrar? (Posso entrar?)
_Nos poros do meu,
Pode entrar!

“_Lua, Lua, “setococê”,
sou d`Lua, “setococê”
no mundo da lua.
Sou vulcão com sede,
Sou peixão na rede
De amor
Solo pra benzer
Planta pra cuidar
Solo pra colher
Planta pra plantar
Planta pra colher
Solo pra cuidar
Planta pra benzer
Solo pra plantar
O meu sonhar
“_Luana, é você quem me chamou,
Luana, é você
meu grande amor”. 

Lua, que Lua, que Lua!

Lua, que Lua, que Lua!

Lua, que Lua, que Lua lá!

Lua, que Lua, que Lua!

Lua, que Lua, que Lua lá!

Lua, Lua, Lua….

Lua que lua luará
Lua que lua luou
Lua que lua tão rara
Lua que me iluminou

Lua que Lua

Lua que luê

Lua que Lua

Que Lua

Lua que Lua luará
Lua que Lua luou
Lua que Lua tão rara
Lua que me iluminou

Lua que Lua (lua)

Lua que luê (luê)

Lua que Lua (lua)

Que Lua (lua)

Lualualualualualualua…

_que lua louca!

Lu-a!

O sol
O sol, 

O sol, o sol
Lua que Lua Lunera
Um lual 

No encontro das águas
Lua que Lua Lunera
Que me lava 

De todas as mágoas
Lua que lua Lunera
O sol
O sol

O sol, o sol

Lua que lua lunera  

Que Lua Luera, que lua luou

Que lua luou

Que lua luou

Vale que é sem fim
A casca de noz
Vale que é em mim
Voar do rouxinol
Vale tudo, enfim,
Pro todo que habita o “nós”
Pro todo que habita o “nós”

De nós.

(E agora toda substância-mundo virou um evento,
Tempestade carregada leva o meu lamento,
Vôo, vivo, vou surfando nas ondas do vento,
Tô curtindo muito, to!
Tô curtindo muito essa vibe de estar suspenso,
Alto Paraíso louco de holismo intenso,
Com os pés virados, ossos como que pra dentro,
Me enraízo todo, sô!)

Me enraízo na Lua.
Me enraízo aqui na Lua.
Me enraízo na Lua,
No Vale da Lua.

E sem querer
Fico por querer
Eu vou só
Na rua da lua
Se vôsmecê
Quer me entender
Vá só
Na rua da lua
E se o querer
Quer me dá você
Estou só
Na Rua da lua
Na Rua da Lua…
Na Rua da Lua tão nua.
Tão nua, na Rua da Lua tão nua
Tão nua, na Rua da Lua tão nua
Tão nua, na Rua da Lua tão nua
Tão nua
Tão nua
Tão nua
Tão nua
Tão nua
TAO

Neste momento, sua mão, eu vou lhe pedir:
“_O Lua, fique aqui!”
Um Buraco negro na láctea via a nos dividir
Um ralo, quer nos engolir.
Gigante Golias
Perdeu pro David
Narciso e Eco
Já podem sorrir,
Se ver e se ouvir. 

Se a gravidade vier impedir
Meus pés de pés eu planto ai
Na lua
Me planto aí
Na lua
No Alto do Paraíso
Estou alto e sem juízo!
Com Uma Astronave eu fui até você
Eu me perdi da Terra por querer
No Vale de uma lua do ser.
O Vale de uma lua…
Vale onde vale o viver.
No Vale de uma lua do ser
Vale onde vale o viver

Vale onde vale o viver 

Vale onde vale o viver 

Vale onde vale o viver 

 Pra valer.

Lua & Ana…

Texto por Fred Le Blues

Pintura: MAHY

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