OPINIÃO Por: CHARLES M. BLOW
Estamos nos aproximando de um tempo em que haverá mais adultos solteiros nos Estados Unidos do que casados, um desenvolvimento com enormes consequências em como definimos família e a idade adulta em geral, bem como estruturamos impostos e benefícios.
É claro que as porções solteiras e sem parceiros da população variam entre os grupos demográficos. Como Pew apontou:
Entre as idades de 25 a 54, 59% dos adultos negros não tinham parceria em 2019. Isso é maior do que a proporção entre adultos hispânicos (38%), brancos (33%) e asiáticos (29%). Para a maioria dos grupos raciais e étnicos, os homens têm mais probabilidade do que as mulheres de não ter parceiros. A exceção é entre os adultos negros, onde as mulheres (62 por cento) têm mais probabilidade de não ter parceria do que os homens (55 por cento).
Como sociedade, devemos começar a nos perguntar se é justo e correto continuar a recompensar e encorajar o casamento por meio de impostos e políticas, quando menos pessoas – desproporcionalmente negras – estão escolhendo o casamento ou encontrando parcerias aceitáveis.
O casamento é sempre o ideal? E as pessoas solteiras deveriam pagar um imposto de solitário – parte do que Lisa Arnold e Christina Campbell, do The Atlantic, chamaram de “ solteirismo institucionalizado ” em 2013 – por não praticá- lo?
Em 2013, quando Arnold e Campbell estavam concluindo sua análise, eles descobriram que “ao longo da vida, pessoas solteiras podem pagar mais de US $ 1 milhão a mais do que suas contrapartes casadas por cuidados de saúde, impostos e muito mais”.
Fui casado. Eu não sou mais Eu não vejo um novo casamento em meu futuro. Não é uma ambição que possuo. E não vejo nada de errado nisso. Mas também estou ciente das cutucadas daqueles que estão ao meu redor, que são casados ou aspiram ser casados e que presumem falsamente que um eventual casamento é a única maneira de ser verdadeiramente feliz e completo, de ter completado a lista de verificação da vida. Eu repreendo tudo isso.
Para cada um seu (ou dela), eu digo. E isso inclui as pessoas solteiras e com companheiros felizes que não querem se casar.
Quando há crianças envolvidas, há claramente um caso a ser defendido de que elas se beneficiam de mais paternidade e mais dinheiro. Isso não significa necessariamente casamento, mas geralmente significa. Conforme explicou a Brookings Institution em 2014:
Filhos criados por pais casados se saem melhor na escola, desenvolvem habilidades cognitivas e não cognitivas mais fortes , são mais propensos a ir para a faculdade , ganham mais e são mais propensos a formar casamentos estáveis. Usando nossos próprios benchmarks de sucesso em diferentes fases da vida, desenvolvidos como parte do Brookings Social Genome Model (agora uma parceria com o Urban Institute e Child Trends), encontramos padrões semelhantes.
Mas e os adultos que não têm filhos ou cujos filhos agora são adultos?
Paul Dolan, um cientista comportamental da London School of Economics, diz que embora os homens, em conjunto, possam se beneficiar do casamento porque isso os acalma e os faz correr menos riscos, as mulheres, novamente em conjunto, não recebem o mesmos benefícios. Pelo contrário, de acordo com Dolan, o subgrupo mais feliz são as mulheres que nunca se casam ou têm filhos.
Isso, é claro, pode ser debatido até que estejamos todos com os rostos roxos. Existem muitos homens responsáveis que não precisam de uma aliança de casamento como âncora e muitas mães casadas que argumentam que suas famílias são a luz de suas vidas.
Mas a questão permanece: o casamento, como ideal predominante, está perdendo o controle. E o estigma de ser solteiro também está perdendo o controle, como deveria. Agora, a política do governo que recompensa os casados enquanto pune os solteiros também deve ser relaxada.
Fonte: The New York Times
Charles M. Blow ingressou no The Times em 1994 e tornou-se colunista de opinião em 2008. Ele também é um comentarista de televisão e escreve frequentemente sobre política, justiça social e comunidades vulneráveis. @Charles MBlow
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