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Seitas de Controle Mental Coluna Marly Mendanha

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A princípio, talvez o termo seita nos traga à mente algo ou alguém bem distante, como Jim Jones, Heaven’s Gate, dentre outros. Embora o referido termo esteja relacionado mais amplamente ao sentido religioso, é também empregado no campo filosófico e político, por exemplo; onde o fanatismo também dita o seu “modus operandi”. Segundo a American Psychological Association (APA): “

 

Uma seita pode ser definida como um grupo religioso, ou quase religioso caracterizado por crenças incomuns ou atípicas, isolamento do mundo exterior e uma estrutura autoritária”. Assim, temos muitas outras definições, mas o mesmo viés.

 

Antes de tudo, é bom então pensar em como um líder, ou líderes (pode ser um grupo), atrem os membros, onde toda habilidade de persuasão poderá ser usada. Técnicas psicológicas meticulosamente planejadas são usadas para recrutar e controlar seus membros. Logo no contato inicial, faz parte da estratégia, o conhecido ” bombardeio de amor “, onde a pessoa é cercada de afetos, elogios, atenção … tudo parecerá muito atrativo. A pessoa até poderá pensar que encontrou um paraíso espiritual aqui mesmo na terra. Ali parecerá ser o lugar certo, o caminho a seguir.

 

Passada a etapa teatral inicial, o grupo de controle mental, começará a doutrinação, que é uma etapa bastante pesada e intensa, é onde acontecerá a Programação Neuro Linguística, a famosa PNL. Esse processo não acontece da noite para o dia, ele é contínuo e pode levar meses ou mesmo anos. Tempo em que a pessoa vai se adaptando a um comando mental, sem se dar conta. Esse comando funcionará, em termos metafóricos, como uma lavagem cerebral onde a seita já ditará todas as regras a serem fielmente obedecidas pelos membros, que serão rigorosamente treinados para recrutar outros membros.

 

Nesta fase, o convertido, já perdeu sua identidade, sua expressividade, sua capacidade crítica, sua autoestima. E certamente já estará com graves problemas emocionais ou mesmo mentais. Já estará sim, dentro de uma redoma utópica, onde seus amigos e familiares, só serão seus amigos e familiares, se ali estiverem dentro do mesmo grupo. Muito será feito para que não saiam deste cativeiro espiritual, e todo contato com ex-membro será condenado, naturalmente, para que não sejam despertos.

 

Nesta hipnose simbólica e isolados do mundo real, os líderes os conduzem em conformidade com seus interesses, que na maior parte dos casos, é ligado ao financeiro. Como são totalitários, normalmente não aceitam críticas, limitam informações, não incentivam estudo superior, carreira profissional. Seus membros são incentivados a levarem uma vida simples, enquanto seus venerados aproveitam a luxúria do “mundo”. Certamente, parece um roteiro de filme de terror, mas não é ficção, é vida real e infelizmente um grande número de pessoas jovens, idosas e mesmo crianças, tem sido vítimas deste sistema opressor que vai desde trabalho “voluntário” escravo, abuso financeiro e até sexual.

 

O americano Rick Alan Ross declarou: ” Os problemas trazidos por um grupo sectário, são mais amplos do que parecem”. Também, Alexandre Stein, psicólogo do Reino Unido especializado em extremismo ideológico e fenômenos sociais perigosos, disse à BBC: ” Existe uma seita por perto, onde quer que você esteja no mundo”.

 

Sim, se libertar de uma seita pode ser bem mais difícil de que entrar nela, eles têm geralmente suas próprias leis e seus próprios tribunais paralelos. Não levam em conta os Direitos Humanos, nem a Constituição. Mas nem tudo está perdido, há como se livrar do pesadelo, do medo e da culpa. Uma rede de proteção de amigos reais e bons profissionais na área da saúde clínica terapêutica e psicológica, talvez seja necessária para se retomar o tempo, a saúde e a alegria perdidos com um grupo de controle mental sectarista.

 

Texto e Ilustração por Marly Mendanha
Graduada pela Faculdade de Filosofia “Cora Coralina”
Pós-Graduada em Língua Portuquesa, Formação Socioeconômica do Brasil, Artista Plástica e Documentarista.

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