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Quem é Rosane Kaingang, ativista homenageada pelo Google nesta sexta?

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A homenagem marca o início do ativismo de Rosane: há 30 anos, em 3 de junho de 1992, ela participou da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, sediada no Rio de Janeiro, e chamou a atenção de autoridades do mundo para os direitos dos povos indígenas, principalmente, na época, para aqueles que residem no sul do país, onde o povo Kaingang habita.

Doodle de Rosane Kaingang homenageada pelo google dia 03 de junho de 2022 – Foto:Google.inc

De lá até 2016, ano em que a ativista faleceu, aos 54 anos, em Brasília, Rosane foi incansável em não só exigir as garantias de terra, educação e saúde aos indígenas, mas também em criar e consolidar estruturas que permitiriam a organização dos povos originários para a conquista de direitos.

Um exemplo disso é a criação do Conselho Nacional de Mulheres Indígenas do Brasil (Conami), na qual foi uma das fundadoras e a criação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em 2009.

Rosane Kaingang começou a lutar pelos direitos dos povos originários em 1992, em uma conferência da ONU no Rio de Janeiro (foto: ISA/Reprodução)

Ela também foi uma das responsáveis pela ampliação da atuação da Funai, órgão no qual ingressou em 2001 e ocupou o cargo de coordenadora-geral de desenvolvimento comunitário entre 2005 e 2007. Nessa posição, ela também criou uma estrutura para apoiar projetos de mulheres indígenas e incentivar a organização política delas.

Rosane trabalhou, também, na Articulação dos Povos Indígenas do Sul (Arpinsul) e, de acordo com Instituto Socioambiental (ISA), ela participou de dezenas de reuniões, seminários, audiências e mobilizações das delegações indígenas que vinham à Brasília de todos os cantos do Brasil, em especial ao Acampamento Terra Livre.

Sete meses antes de falecer, em março, Rosane chorou durante uma audiência pública na Câmara com a relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, ao contar sobre a morte do menino Kaigang Vítor Pinto, de 2 anos, degolado em Imbituda (SC), em dezembro de 2015.

“O que dói mais é a impunidade”, disse Rosane na ocasião, em um registro feito pelo ISA. No momento, ela pediu para a ONU intervir contra a violência direcionada aos povos indígenas, no que ela classificou como um ato de “racismo violento”. “O Brasil precisa ser punido, a corte internacional precisa tomar uma decisão imediatamente”, cobrou.

Fonte: Correio Brasiliense

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